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Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brazil
Professora de Artes na Rede Estadual - Escola Pe Constantino de Monte

Morre a árvore, nasce a arte

Morre a árvore, nasce a arte
Escultura de Elmar Medeiros em Maracaju

domingo, 6 de novembro de 2011

Arte no MS: Cultura Original e Autêntica

Mato Grosso do Sul é um estado relativamente novo, foi criado a partir da divisão do Mato Grosso em 1977. Desde então vem buscando sua Identidade Cultural, que acaba sendo uma mistura das culturas de todos os povos que aqui buscaram firmar suas raízes. Certamente, dentre todos estes, a cultura paraguaia e indígena tem se sobressaído, em especial na região da fronteira com o Paraguai. 
        Temos vários artistas plásticos que trabalharam a temática indígena em suas obras. A primeira delas, Conceição dos Bugres, teve seu trabalho reconhecido mundialmente, o que não significou que ela tenha colhido os frutos desta conquista.


Conceição dos Bugres

Conceição Freitas da Silva nasceu em Povinho de Santiago, no estado do Rio Grande do Sul em 1914, chegou menina em nosso estado. Gaúcha de fisionomia indígena, conviveu com as etnias Terena e Cadiuéu em sua infância em Ponta Porã e Campo Grande. Adulta, a inventividade veio à tona em um insight mesmo que desproposital, e duma raiz de mandioca surgiu o primogênito de muitos filhos de sua criatividade, as esculturas dos bugres, que como os filhos de um ventre, saíram semelhantes, mas nunca iguais, muito parecidos, mas com diferentes personalidades, que deles se apossam tão logo são finalizados com piche e cera de abelha. 

Parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Artes Visuais apresentado por Gizely Virginia Mendes Zaatreh ao Centro Universitário da Grande  Dourados - UNIGRAN em Novembro de 2010. 


Conceição foi uma mulher simples, não foi à escola, não passou além do pedaço de chão que nem era seu, não conheceu riqueza e fartura, vivia dos golpes na madeira por necessidade, o que a tornou uma das maiores escultoras do estado, e seus bugres foram eleitos pelo imaginário popular como o símbolo da cultura local.


 Ao morrer em 1983, era tão pobre quanto nasceu, mesmo tendo dado seu sangue e suor, escorridos nas ferpas da madeira.  Varria a casa e cozinhava em fogão de lenha enquanto suas obras estavam em exposições no Brasil e no mundo, vivia no desconforto da casa de tábua e da água de poço, mas seu trabalho chegou aos mais importantes museus.


Trecho do TCC “INFLUÊNCIAS E DESAFIOS DAS MULHERES ARTISTAS DE DOURADOS – MS: FORMAÇÃO E TRAJETÓRIA” Zaatreh, G.V.M., 2010.



Alguns de seus bugres encontram-se em propriedade de colecionadores particulares, outros, expostos no MARCO - Museu de Arte Contemporânea.


Ainda hoje é possível adquirir uma escultura dos Bugres da Conceição, pois um de seus descendentes, Mariano, os confecciona e comercializa na Casa do Artesão, na Avenida Afonso Pena em Campo Grande.




Seguem algumas obras  na temática indígena de artistas do Estado do Mato Grosso do Sul,
o segundo estado brasileiro em número de indígenas.

Carlos Cabral - Da série Aquidauana Brasil, 2004

Adilson Schiefer - Madona Kadiwéu, 2004

Adilson Schiefer - Índia com cerâmica

Adilson Schiefer - Pescador em dia de sol, 2004

Adilson Schiefer - Maternidade I


Genessi - O indígena e a fé, 1993

Genessi - Xilogravura laranja e preto, 1993

Genessi  - Xilogravura amarelo ocre e preto, 1993

Genessi - Xilogravura laranja ocre e preto, 1993
Cello Lima - Étnicos II, 2004

Cello Lima - Cores do chão que todo mundo quer - Fome

Cello Lima - Cores do chão que todo mundo quer

Cello Lima - Étnicos III
Cello Lima - Étnicos I
Jonir Figueiredo - Jacaré
Jonir Figueiredo - Guerreiro Kadiuéu
Joubert Pantaneiro - Artesã amamentando, 1998
Júlio Cabral - Conceição, 1999


Isaac de Oliveira - Onça
Laura - Cavaleiro Guaicurú, 1995

Henrique Spengler

Formou-se em Educação Artística pela FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado – 1981 e pós-graduou se em História da Arte. Foi Diretor de Cultura de Coxim - MS.
Membro de associações a favor da cultura indígena, onde colaborou no desenvolvimento de uma nova visão contemporânea sobre a iconografia da cerâmica, couros e tatuagens dos Guaicuru Kadiwu-Mbayá, étnia do Sudoeste de Mato Grosso do Sul.

Foi um artista neo-nativista tendo desenvolvido a técnica em gravura “cotton”, que utiliza um lençol como matriz. Suas produções  resgataram a saga dos índios de Mato Grosso do Sul, lançando o olhar sobre a história dos primeiros habitantes de nossa terra, para recompô-la na linguagem dos signos, agora traduzidos em Arte por suas pesquisas.


Premiado em diversas exposições e salões, recebeu o “1º Prêmio em Gravura” no 3º e 5º Salão de Artes de Dourados, MS. Participou da exposição “Por uma Identidade Ameríndia” em Assunção - Paraguai, e em La Paz - Bolívia. 

Henrique Spengler - Padronagem Cadiuéu, 1987

Henrique Spengler - Abstração Mbayá Guaicuru

Henrique Spengler - Guaicuru II, 1997




 Clóvis Irigaray - Amazônia Legal, 1975

 Clóvis Irigaray - Universidade da Selva, 1975

Clóvis Irigaray - Xinguana Adorno de braço, 1975

 Clóvis Irigaray - Xinguana colar azul, 1975

Clóvis Irigaray - Xinguana(televisão), 1974

Clóvis Irigaray - Xinguana, (astronautas), 1975

 Agnes Rodrigues - India, 1997

Agnes Rodrigues - Olharíndia, 1997


 Andréa Luz - Índia, 2002

Antonio Kelpes - Índio,2004

Carla de Cápua - Feirantes Terenas, 2003

Carla de Cápua - Mercadora de cerâmicas, 2003

Janaine - Índio, 2000

Leonor Laje - Guarani Caiowá, 1997

Mary Slessor - Caminho certo, 1992

Mary Slessor - Terra Dividida, 1992

Nelli Guimarães - Índia, 1993

Roberto Motta - Elementos regionais, 2003

Silvio Rocha - Reflexão, 1992

Silvio Rocha - Sem título, 1999










Jorapimo

José Ramão Pinto de Moraes  Corumbá 1937 – Campo Grande 2009
Para dar forma às suas obras, usa a técnica da espátula.
Começou a pintar na década de 1950






 









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