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Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brazil
Professora de Artes na Rede Estadual - Escola Pe Constantino de Monte

Morre a árvore, nasce a arte

Morre a árvore, nasce a arte
Escultura de Elmar Medeiros em Maracaju

segunda-feira, 7 de março de 2016

Neoclassicismo

Predominante na Europa do final do século XVIII e início do XIX, esse movimento artístico sugeriu o retorno à Arte da Grécia e da Roma Antigas reagindo aos exageros do Barroco e do Rococó. A arte já havia se utilizado desses padrões durante o Renascimento, no fim da Idade Média, aquele havia sido o primeiro retorno à tradição clássica.
Expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade europeia. Os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa (1789-1799) (liberdade, igualdade e fraternidade) favorecem um espírito cívico e de sacrifício heróico que são temas da pintura histórica, que juntamente com os retratos, são consideradas as formas mais nobres da Arte.
A pintura foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana. E suas principais características são: o retorno ao passado, pela imitação dos antigos modelos greco-romanos; academicismo nos temas e nas técnicas (sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas  academias de artes); o naturalismo, arte imitando a natureza; e panejamento e detalhismo, cuidado excessivo na representação de tecidos e texturas. O desenho é mais importante que a cor cor (não que esta tenha sido deixada de lado), e os ambientes são teatrais (sombrios ao fundo).

Alguns dos principais artistas do movimento neoclássico Europeu foram:

Jacques-Louis David: (1748-1825) Nasceu em Paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa e do Império de Napoleão, registrando fatos históricos ligados à vida do imperador. Algumas obras: "Bonaparte Atravessando os Alpes" e "A Morte de Marat".

Jean Auguste Dominique Ingres: (1780-1867) Foi discípulo de Jacques-Louis David (1797), pintou composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens. Registrar a fisionomia da classe burguesa no seu gosto e poder,  revela muito apuro técnico na pintura do corpo humano e de tecidos. Algumas obras: "Banhista de Valpinçon" e "Louis Bertin". 

Bonaparte atravessando os Alpes , Jacques Louis David, 1801

Nesta obra podemos observar, além das características da pintura neoclassicista acima mencionadas, o idealismo que retrata Napoleão Bonaparte como um saudável e bem vestido comandante de um exército bem preparado, armado e vencedor, impulsionado por grande entusiasmo, e indicando com o dedo levantado sua intenção de alcançar o topo, a vitória. Lá estaria seu objetivo e demonstra estar disposto a tomar posse de seu lugar, sobre o lombo de um imponente cavalo branco. Veja melhor os detalhes:





Há outras pinturas que representam, talvez de modo mais fiel, este momento da história de Napoleão Bonaparte. Nesta abaixo vemos um comandante no lombo de um burrinho, que seria o mais indicado para transpor montanas, abatido, mal preparado para o rigoroso inverno, e sofrendo com suas insistentes dores de estômago. O acompanham homens cansados e mal nutridos, 

Bonaparte cruzando os Alpes, Paul Delaroche, 1848

A seguir, os principais traços desta obra neoclassicista de Jacques Louis David



Veja mais algumas imagens do Neoclassicismo:

A morte de Marat

A Morte de Marat -  Jacques Louis David, 1793 Neoclassicismo



Em A Morte de Marat, a vítima foi um dos principais membros da Convenção Nacional, jornalista radical, editor da publicação L'Ami du Peuple (O Amigo do Povo), um do homens mais poderosos da França que a governou durante a Revolução Francesa. Sendo extremista reuniu muitos inimigos. Em 13 de julho, Charlotte Corday, adversária política de Marat, teve licença para adentrar sua sala de banho, o que era comum, já que ele sofria de uma doença de pelo e tinha de tomar banhos frequentemente e usar turbantes embebidos em azeite, seu banheiro era como um escritório.
Assim que teve oportunidade Charlotte Corday esfaqueou Marat até a morte. Quase foi linchada pelos populares, e em seu julgamento, disse: "Eu matei um homem para salvar cem mil vidas". Três dias depois foi para a guilhotina.
Jacques-Louis David foi convidado pela Convenção a pintar um memorial a Marat.

A face de Marat - David alterou sua aparência para parecer um herói martirizado. Removeu suas marcas de pele e o rejuvenesceu.


Faca do crime - A faca está no chão. Segundo alguns relatos, a faca ficou alojada no peito de Marat. David excluiu todo elemento que prejudicasse a imagem de mártir do revolucionário, limpando o sangue e mudando o fundo ornamentado do banheiro.

Mobília simples - Para mostrar que Marat era um "homem do povo", David pintou este caixote velho como uma escrivaninha improvisada.



Carta na mão - É uma apresentação de Charlotte: "Basta minha grande infelicidade para dar-me o direito à sua bondade". David distorce a verdade para destacar a generosidade do assassinado e demonizar a assassina. Na verdade, Charlotte conseguiu entrar porque afirmou ter informações sobre os reacionários, inimigos monarquistas.

Fonte: Blog da EE José Justino de Oliveira



A Princesa de Broglie

A Princesa de Broglie, 1851-53, Jean Auguste Diminique Ingres, Neoclassicismo








O JURAMENTO DOS HORÁCIOS

Estamos na segunda metade do século XVIII. Em 1784 a monarquia francesa, baseada no direito divino dos reis, agonizava. Era preciso reviver os ideais das grandes civilizações, face à frouxidão moral da época e do regime que a gerava. O impulso para a revolução política vem dos filósofos iluministas Diderot e Voltaire. A Revolução Francesa de 1789 estabeleceria o "Estado nacional republicano", da liberdade, igualdade e fraternidade.

Contexto do Surgimento do Neoclassicismo: Onde buscar o novo modelo, em contraponto ao Barroco e ao Rococó?
A pintura, heróica e firme, encarna o novo sonho político. A celebração da arte, da vida e da moral. A propagação do heroísmo e da virtude cívica. Que a arte fosse racional, moral e intelectualizada. Que as ações humanas fossem regidas pela razão e pelo bem comum. O evangelho social do Iluminismo, onde o pobre, e não a aristocracia imoral, fosse reconhecido como cheio de virtude e de sentimento sincero e a ação humana fosse nobre e séria.
As sementes vêm de Roma, do fato histórico romano dos"Horácios e Curiácios".

Os reinos de Roma e de Alba estão em disputa pela soberania. Seis guerreiros, três de cada reino, são escolhidos para decidir a soberania dos reinos: três Horácios de Roma e três Curiácios de Alba. Desenha-se a tragédia de duas famílias amigas, na defesa de seus reinos. De um lado, o velho Horácio, o jovem Horácio e seus dois irmãos. De outro, os três Curiácios. Camila, irmã do jovem Horácio é amante de um dos Curiácios, de quem tem um filho. Sabina, esposa de Horácio, é irmã de um dos Curiácios. O compromisso dos guerreiros, de ambos os lados, é lutar, até a morte, pela supremacia de seus reinos. É a negação total do individual, em benefício do coletivo. As mulheres sabem que padecerão por perdas e tentam convencer os guerreiros a desistirem da luta. O velho Horácio os dissuade da opção de não lutar: Dá-se a luta. O jovem Horácio perde dois irmãos, mas vence ao final, matando os Curiácios, e é recebido em Roma como herói. A moral coletiva se impõe às paixões pessoais.



Jacques-Louis David (1748-1825) retrata a cena do compromisso dos Horácios, naquela que seria a obra-prima do neoclassicismo, um elogio ao heroísmo e à virtude cívica, ele mesmo um pintor engajado nos ideais da Revolução Francesa. A obra faz de David o verdadeiro pintor da nova França.

A cena acontece em um ambiente fechado.

Os três Horácios unidos, com os braços apontados para o pai ao centro, assistindo ao juramento dos filhos, com três espadas que lhes serão entregues. A virilidade e robustez expressa-se nos quatro personagens, sob a frieza das colunas ao fundo. À direita, as mulheres inertes e passivas. Curvas suaves e braços lânguidos traduzem a emoção da cena. O reto, o vertical e o viril contrastam com o delicado, o fraco e o lânguido. Camila e Sabina são a personificação da angústia e da tragédia. A aia, ao fundo, cuida dos filhos de um dos Horácios e de um dos Curiácios, cujas mães se debruçam, antecipando o desfecho pressentido. A cor que dominante é o vermelho vivo, que se torna a cor da Revolução Francesa.





Fonte: Baderna Brasil - De tudo um pouco


Madame Raymond de Verninac


Madame Raymond de Verninac, 1789-99, Jacques Louis David, Neoclassicismo